Total Pageviews

Tuesday, November 24, 2009

A viagem

Dia desses, li um livro

que comparava a vida a uma viagem de trem.

Uma comparação extremamente interessante, quando bem interpretada.


Interessante,

porque nossa vida é como uma viagem de trem,

cheia de embarques e desembarques,

de pequenos acidentes pelo caminho,

de surpresas agradáveis com alguns embarques

e de tristezas com os desembarques...


Quando nascemos, ao embarcarmos nesse trem, encontramos duas pessoas que,
acreditamos que farão conosco
a viagem até o fim:
nossos pais.

Não é verdade.
Infelizmente, em alguma estação,
eles desembarcam, deixando-nos
órfãos de seus carinho, proteção, amor e afeto.

Mas isso não impede que, durante a viagem,
embarquem pessoas interessantes
que virão ser especiais para nós:
nossos irmãos, amigos e amores.

Muitas pessoas
tomam esse trem a passeio.
Outras fazem a viagem
experimentando somente tristezas.
E no trem há, também, outras que passam
de vagão em vagão, prontas para ajudar quem precisa.

Muitos descem e deixam saudades eternas.
Outros tantos viajam no trem de tal forma que,
quando desocupam seus assentos,
ninguém sequer percebe.

Curioso é considerar que alguns passageiros que nos são tão caros acomodam-se em vagões diferentes do nosso.

Isso nos obriga a fazer essa viagem separados deles. Mas isso não nos impede de, com grande dificuldade, atravessarmos nosso vagão e chegarmos até eles.
O difícil é aceitarmos que não podemos sentar ao seu lado, pois outra pessoa estará ocupando esse lugar.

Essa viagem é assim: cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, embarques e desembarques.
Sabemos que esse trem jamais volta.

Façamos essa viagem da melhor maneira possível, tentando manter um bom relacionamento com todos, procurando em cada um o que tem de melhor, lembrando sempre que,

em algum momento do trajeto poderão fraquejar,
e, provavelmente, precisaremos entender isso.

Nós mesmos fraquejamos algumas vezes.
E, certamente, alguém nos entenderá.


O grande mistério

é que
não sabemos
em qual
parada
desceremos.


E fico pensando:
quando eu descer desse trem sentirei saudades? Sim.


Deixar meus filhos viajando sozinhos será muito triste. Separar-me dos amigos que nele fiz, do amor da minha vida, será para mim dolorido.


Mas me agarro na esperança de que,
em algum momento, estarei na estação principal,
e terei a emoção de vê-los chegar com sua bagagem,
que não tinham quando embarcaram.


E o que me deixará feliz é saber que,
de alguma forma, eu colaborei para que
essa bagagem tenha crescido e se tornado valiosa.


Agora, nesse momento, o trem diminui sua velocidade para que embarquem e desembarquem pessoas.
Minha expectativa aumenta,
à medida que o trem vai diminuindo sua velocidade...


Quem entrará? Quem sairá?


Eu gostaria que você pensasse no desembarque do trem, não só como a representação da morte, mas, também, como o término de uma história,
de algo que duas ou mais pessoas construíram
e que, por um motivo ínfimo, deixaram desmoronar.


Fico feliz em perceber que certas pessoas como nós,
têm a capacidade de reconstruir para recomeçar.


Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo FIM.

Isso é sinal de garra e de luta, é saber viver,
é tirar o melhor de "todos os passageiros".


Agradeço muito por você fazer parte da minha viagem, e por mais que
nossos assentos não estejam lado a lado,
com certeza, o vagão é o mesmo.

No comments: