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Friday, August 07, 2009

Uma grande diferença entre inflação e moeda estável

Estou aproveitando o link a seguir, que recebi hoje de um amigo, a quem agradeço, para comentar um ponto que me parece fundamental e foi muito bem apresentado, de forma simplificada, pelo Guilherme Afif Domingos em uma entrevista.
Ele chamou atenção para a diferença entre os sistemas de formação de preços que prevalecem numa situação inflacionária e numa situação não inflacionária.
Sob forte inflação, a estratégia do comprador é sempre comprar o que precisa, ou vai precisar amanhã ou daqui a uma semana, ou um mês, o mais depressa possível, porque os preços aumentam dia a dia sem parar e adiar a compra pode representar graves prejuizos.
Quando a moeda é estável, ao contrário, o comprador pode escolher o melhor momento para comprar sem ter que se preocupar com alterações repentinas de preços, e assim tem tempo para estudar melhor os preços ofertados e comprar o que lhe for mais econômico.
O Guilherme Afif Domingos mencionou, em sua entrevista, que
a) sob forte inflação o produtor calcula o seu custo e a ele acrescenta o seu lucro, dando como resultado o preço, sem preocupação com o custo porque o comprador vai ter que comprar rapidamente e sem tempo para comparar com os preços de outros ofertantes: prevalece a equação preço = custo + lucro;
b) sob moeda estável, o comprador não precisa comprar rapidamente e tem tempo para comparar os preços de diversos ofertantes, comprando o que oferecer preço menor: prevalece a equação lucro = preço de mercado - custo.
A diferença entre essas duas equações é abismal: na primeira é o produtor que determina o preço, enquanto que na segunda o preço é determinado pelo mercado. Ou seja: na primeira o preço é quanto o produtor quer cobrar, e na segunda o preço é quanto o mercado quer pagar.
Na primeira situação, o produtor não se incomoda com o custo: o que lhe interessa é a velocidade com que produz e vende. Já na segunda, a única maneira de garantir o mesmo lucro é controlando adequadamente o custo para que não exceda os custos de seus concorrentes e de preferência fique menor do que os deles.
Não há dúvida de que sob moeda controlada o comprador é menos castigado do que numa situação de inflação elevada.
Vejam o vídeo do trecho da entrevista aludida aqui ( http://www.youtube.com/watch?v=GwGpTy-qpAw ).
Luiz A. Góes
Pois é, Luiz Góes, como economista que é, leio sempre os seus posts e comentário. Peguei o gancho e trouxe seu texto pra cá. Abração.

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