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Monday, December 05, 2011
Sem etiqueta, sem preço
Sem etiqueta, sem preço
A nota é internacional e diz, mais ou menos assim:
Aquela poderia ser mais uma manhã como outra qualquer.
Eis que o sujeito desce na estação do metrô de Nova York,
vestindo jeans, camiseta e boné.
Encosta-se próximo a entrada.
Tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo
para a multidão que passa por ali, bem na hora do rush matinal.
Mesmo assim, durante os 45 minutos em que tocou,
foi praticamente ignorado pelos passantes.
Ninguém sabia, mas o músico era JOSHUA BELL,
um dos maiores violinistas do mundo,
executando peças musicais consagradas,
num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713,
estimado em mais de 3 milhões de dólares.
Alguns dias antes, Bell havia tocado no Symphony Hall de Boston, onde
os melhores lugares custaram a bagatela de mil dólares.
A experiência no metrô, gravada em vídeo, mostra homens
e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão,
celular no ouvido, crachá balançando no pescoço,
INDIFERENTES AO SOM DO VIOLINO.
A iniciativa, realizada pelo jornal The Washington Post,
era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte.
A conclusão é de que estamos acostumados
a dar valor às coisas, quando estão num contexto.
Bell, no metrô, era uma obra de arte sem moldura.
Um artefato de luxo sem etiqueta de grife.
Esse é mais um exemplo daquelas tantas situações
que acontecem em nossas vidas, que são únicas,
singulares e que não damos importância, porque
não vêm com a etiqueta de preço.
Afinal, o que tem valor real para nós,
independentemente de marcas, preços e grifes?
É o que o mercado diz que podemos
ter, sentir, vestir ou ser?
Será que os nossos sentimentos
e a nossa apreciação de beleza
são manipulados pelo mercado,
pela mídia e pelas instituições
que detêm o poder financeiro?
Será que estamos valorizando
somente aquilo que está
com etiqueta de preço?
Uma empresa de cartões de crédito
vem investindo, há algum tempo,
em propaganda onde, depois de mostrar
vários itens, com seus respectivos preços,
apresenta uma cena de afeto, de alegria e informa:
NÃO TEM PREÇO.
E é isso que precisamos
aprender a valorizar.
Aquilo que não tem preço,
porque não se compra.
Não se compra a amizade, o amor, a afeição.
Não se compra carinho,
dedicação, abraços e beijos.
Não se compra raio de sol,
nem gotas de chuva.
A canção do vento que passa sibilando
pelo tronco oco de uma árvore é grátis.
A criança
que corre, espontânea,
ao nosso
encontro
e se pendura em nosso pescoço,
não tem preço.
O colar que ela faz, contornando-nos o pescoço
com os braços não está à venda em nenhuma joalheria.
E o calor que transmite dura
o quanto durar a nossa lembrança.
* * *
O ar que respiramos,
a brisa que embaraça nossos cabelos,
o verde das árvores e o colorido das flores
nos é dado por Deus, gratuitamente.
Pensemos nisso e aproveitemos mais tudo que está ao nosso alcance,
sem preço, sem patente registrada,
sem etiqueta de grife.
Usufruamos
dos momentos
de ternura que os amores nos ofertam,
intensamente,
entendendo
que sempre a manifestação do afeto
é única,
extraordinária, especial.
Fiquemos mais atentos ao que nos cerca, sejamos gratos pelo que nos é ofertado
e sejamos felizes, desde hoje,
enquanto o dia nos sorri e o sol despeja luz
em nosso coração apaixonado pela vida.
Imagens: Photo.net, Amanda’s Photography, Fotocommunity
e outras encontradas na internet
Música: Serenade – Schubert interpretação de: JOSHUA BELL
amg.oliveira@ig.com.br
()
Texto maravilhoso contido num pps com outra esplendorosa música de Schubert: Serenade.
Artur S. Maciel Veja/ouça no http://www.youtube.com/watch?v=o4xDConiYRk
BH., 05/12/2011
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